sexta-feira, janeiro 20, 2006

Tempo bom...



Hoje eu percebi que não importa quanto tempo se está com uma pessoa, o que você é dela, se próximos, moram juntos ou não, sempre, sempre existe a saudade.

Seja ela do que for.

Notei que as pessoas sentem falta do sorriso, do abraço, do carinho, das brincadeiras, e até mesmo da enxeção de saco que o outro às vezes possa causar.
Faz falta e pronto.

Eu, por exemplo, sinto muita falta dos meus amigos. Sinto muita falta de dar risada junto, e de abraçar, e de preparar as gororobas inacreditáveis que a gente come...Sinto falta das broncas, dos colos, dos mimos, das brigas, do choro que vem com as desculpas, dos “eu te amo” no final de cada visita. Do “passa lá em casa”, do “vai mesmo, hein”, dos “tô com muita saudade”, das tardes inteiras no msn, de arrumar o armário ao som de qualquer música com a companhia que faz tudo se tornar incrivelmente divertido...

Mas sinto falta do tempo que tínhamos antes, das tardes na Avenida, das manhãs no cursinho, dos domingos no Museu do Ipiranga (mesmo que a gente nunca entrasse), dos bilhetes, das fotos, dos carinhos, de atravessar a cidade, quando não, o estado, só para estar por perto.

Acho que crescer é triste. É chato, é solitário. E ter sempre um monte de gente falando ao seu redor, sempre um monte de gente sorrindo e brincando, e você até participa, mas não se sente parte daquele circo todo. É saber que se cercar vira hospício, e se cobrir vira circo, mas seus palhaços favoritos não estarão por lá. Sua companhia de circo está vazia, está distante...cada palhaço em um canto do mundo, cuidando de uma forma diferente de sua vida, mas me resta a esperança que mesmo assim, mesmo diferentes no modo de fazer as coisas e buscar seus sonhos e seguir suas estrelas, ainda habitamos de um modo inacreditável o coração e os pensamentos uns dos outros...

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