quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Lição de casa

Você tampa a panela,
dobra o avental,
deixa a lágrima secar no arame do varal.
Fecha a agenda,
adia o problema, atrasa a encomenda,
guarda insucessos no fundo da gaveta.
A idéia é tirar a tarja preta e pôr o dedo onde se tem medo.
Você vai perceber que a gente é que faz o monstro crescer.
Em seguida superar o obstáculo,
pois pode-se estar perdendo um espetáculo acontecendo do outro lado.
Atravessar o escuro até conseguir tatear o muro,
que é o limite da claridade.
Se tiver capacidade para conquistá-la,
tente retê-la o mais que puder.
Há que ter habilidade,
sem esquecer que a luz é mulher.
Do inferno assim desmascarado,
é hora de voltar.
Não importa se é caminho complicado,
se a curva é reta, ou se a reta entorta.
Você buscou seu brilho,
voltou completa;
jogou a tranca fora, abriu a porta.

(Flora Figueiredo)

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Eventos
Tivemos evento ontem. O tal do lançamento do livro tão esperado, e fora todas as coisas que deram errado (projetor não funcionou, esqueceram microfone, o prefeito ficou bravo - novidade - mas o bufett tava ma-ra-vi-lho-so!) foi tudo ótimo.
Pra variar um pouco a vida, "minha equipe" - Mi, Carol e eu - esteve ótima.
Muitas risadas nos bastidores, e muito trabalho também. Mas depois desse evento, seremos monitoras no Louvre. Dá licença?!
E na poesia lá de cima, diz direitinho o que pensamos por lá.
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Saia muito justa
Sua esposa me ligou na madrugada de sábado, 23/02. Queria saber quem eu era.
E embora eu tenha respondido que também estou tentando descobrir, a moça parecia um tanto brava. Situação única e desconcertante até pra quem não tem conserto.
Mas, de qualquer modo, me apresentei - como manda a educação. Porém, notei que ela não gostou muito da amiga do "MARIDO DELA".

domingo, fevereiro 18, 2007

Book of the days

Tem dias que fico meio assim, como que perdido entre vozes e olhares. E te procuro olhando nos rostos das pessoas que passam por mim ou tento fazer com que seu olhar me encontre assim no meio da cidade onde nossos encontros se constroem; tem dias que penso intensamente que a única felicidade possível é te abraçar e sentir o calor do seu corpo e se transforma em magia o momento em que sinto sua boca de leve numa espécie de beijo quase roubado que, ao mesmo, tempo, traz a leveza do vôo de um pássaro; tem dias em que me surpreendo não pensando em outra coisa que não seja seu sorriso quando falamos das coisas que escrevemos entre copos de vinhos e os toques quase furtivos de mãos sobre a mesa.
Ou dos olhares que passam pelas pessoas como se fossem invisíveis. Tem dias em que enxergo ao longe um outro lugar e um outro jeito das coisas serem, dias de sol substituindo as noites quentes e outro tipo de luz incidindo sobre seu corpo e outro enquadramento pela teleobjetiva;
Dias em que me sinto forte e ao mesmo tempo exausto, em que lágrimas escorrem entre os sorrisos e que nem sei porque vestimos tantas armaduras se pressinto o que queremos ser a mesma coisa e o mesmo abraço e outros jeitos de fazer amor. Tem dias em que tudo me parece estranho e não reconheço as pessoas mais próximas e fico olhando a calçada e ouvindo ruídos de automóveis ao longe.
Tem dias em que minha pele fica arrepiada, ao sentir sua proximidade e me recordo da fotografia e imagino em outras fotografias, e produzo mentalmente um ensaio em preto&branco sob sons de Tom Waits onde o estado latente de nossos amores possam ser revelados e tem dias que são assim mesmo, uma fusão de sentimentos desordenados ao som de Coltrane my favorite things se alternando com Enya in book of the days e coisas assim como guardar rótulos de vinhos pensando em como foram bebidos; dias em que penso em usar o telefone e inventar coisas só pra te ouvir a voz e/ou fico sem nexo dedilhando a kalimba esperando que você venha afinar e musicar nossos desejos.
Tem dias em que meu sono é atribulado porque você existir transforma a realidade em sonho e me aparece sorrindo querendo ser, e estremeço e acordo sem saber. Tem dias em que a noite é longa, justamente porque estamos fisicamente distantes um do outro, e nem sei direito como é a cidade onde você mora agora e aí fico na praça agora vazia ouvindo um cara cantar stormy e penso em estrada e em outros caminhos, porém todos eles me levam a você, e dessa forma mantenho os olhos fechados achando que um dia, vai ter um dia em que você virá e, depois, não precisará mais se ir.

(Eduardo Barrox)

sábado, fevereiro 10, 2007

Conforme as previsões da mais barata cartomante.

Sensação plena de fracasso eterno.
Bem, mais uma vez desisti de algo muito antes de começar... Daí me pergunto o quanto eu realmente desejo as coisas e as pessoas na minha vida.
Amo por duas horas, insisto por três na busca dos ideais e saio sem olhar para trás.
Um dia, eu acho que terei de alcançar a maturidade psicológica para levar as coisas à sério.
Sabe o que eu queria agora?
Um beijo seu, um abraço daqueles bem gostosos e o sussurro de "que tudo vai ficar bem."
um beijo meu, honey. E a certeza de que sei ao certo o que não farei dessa vez.
Amo você, Ni. E sua ausência é terrivel.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007


O texto é velho, mas é meu!

A idéia é antiga, mas a sensação é a mesma. Mas de tanto ler os céu da boca, as indecências, as polianilidades, tive vontade de postar outra vez.

Espero que gostem, e se copiarem, por favor, me deêm os créditos!

"É impossível descrever o amor com palavras. Não há sequer palavras que se aproximem desta façanha; nem que eu as inventasse. Aliás, é impossível e desnecessário. O amor já fala por si só. E tanto eu, quanto você ou qualquer outra pessoa neste mundo que já esteve apaixonada, sabe que, para entender esse sentimento, é preciso estar apaixonada e qualquer palavra que eu colocasse aqui não diria nem a metade do que isto significa realmente. Não basta dizer que o amor é algo que vai muito além da “colisão” entre duas pessoas que gera uma explosão de sensações e sentimentos. Não. É preciso mais.
É preciso estar envolto nos braços de quem se ama, não importa o quão longe seus braços possam estar dos seus. É preciso embeber-se nos beijos que não lhe foram dados. É preciso saber que a pessoa amada estará sempre presente , aonde quer que você vá, dentro de você.
É preciso engrandecer cada detalhe bobo, dando a ele uma importância vital.
É preciso querer estar sempre belo, para que os olhos de quem se ama enxergarem apenas você. É preciso viver perdido em pensamentos longínquos e encontrar-se somente nos braços da pessoa amada.
É preciso fazer de qualquer distância , senão aquela entre seu olhar e o dela, insignificante, quando não, inexistente. É preciso buscar na outra pessoa tudo aquilo o que você gostaria de ser, sem se importar se ela realmente o é.
É preciso olhar muitas coisas e ver somente uma: a pessoa amada. É preciso não achar graça em lugar algum onde ela não esteja. É preciso viver em busca de alguém, sem perceber que este alguém não se busca se encontra. É preciso encontrar esse alguém somente na pessoa que amamos. É preciso fazer de cada momento com essa pessoa, eterno e cada segundo sem ela, uma eternidade.
É preciso passar o tempo todo pensando em quem se ama. É preciso pensar em quem se ama até mesmo quando não se está pensando nela. É preciso guardar para si a mais remota possibilidade. É preciso não ler possibilidades nos olhos de quem se ama, sem deixar jamais de alimentar certa esperança. É preciso rir e chorar ao mesmo tempo, sem se entender. É preciso fazer e dizer coisas sem saber o porquê. É preciso sentir-se comprimido e sufocado, porém feliz. É preciso sentir-se vazio, como se faltasse um pedaço seu.
É preciso saber que “esse pedaço” é a pessoa amada. É preciso estar rodeado por pessoas e sentir-se só. É preciso encher todos os papéis com corações, tentando dizer algo que só mesmo corações podem dizer. É preciso debruçar-se na janela e conversar com estrelas, como
como se estas o entendessem (...) É preciso imaginar que em algum lugar a pessoa amada possa estar olhando para as mesmas estrelas e dizendo estas mesmas coisas. É preciso achar belíssimas canções das quais antes não gostava. É preciso deixar transparecer os sentimentos e omiti-los ao mesmo tempo. É preciso querer passar cada momento ao lado da pessoa amada. É preciso achar seu travesseiro duro ou maço demais, ou sua cama desconfortável, quando não, aquele friozinho chato que entra pela janela... alguma coisa que não o deixa dormir. É preciso ver a pessoa de quem se gosta em todos os lugares para que se olha mesmo quando não se olha para lugar algum. É preciso abrir a janela num dia chuvoso e ouvir o canto dos passarinhos. É preciso sentir-se abalado cada vez que a pessoa amada passa por você, e devastado cada vez que ela não passa. É preciso que seu sorriso se estenda para fora do rosto apenas por tê-la em seu pensamento. É preciso sentir-se embriagado com sua beleza. É preciso descobrir que mesmo onde não tinha beleza, agora há. É preciso sentir o coração em chamas, num misto de dor e alegria.
Enfim, é preciso estar apaixonado para entender...

Um beijo apaixonante, por que a saudade mata a gente...