segunda-feira, setembro 18, 2006

Uma manhã à toa no trabalho.

Tudo certo, até quando está errado.
Sabe quando você encontra tudo o que você sempre procurou em um cara? Sabe quando você gosta das coisas que ele te diz, acha graça quando ele te liga pra perguntar coisas bobas – das quais ele já sabe a resposta – e gosta do jeito que ele faz você se sentir?
Sabe, né?
Então, você sabe também como é encontrar o cara certo que tem a idade muito, muito errada, na hora errada, na cidade errada, no momento mais errado possível?
Sabe, né?

Então você entende esse mini post.
A última das infâncias felizes.


Hoje de manhã eu estava vendo um
programa que falava sobre crises de depressão em crianças e adolescentes. O medo da violência, as novas modas, a ansiedade complicam cada vez mais o fato de ser “PEQUENO” hoje em dia... E isso me fez pensar na minha infância (por que sou muito egoísta e sempre penso em mim).
Quando eu tinha meus 8, 9 anos a única preocupação era que as minhas havaianas não quebrassem quando eu estava correndo, por que não queria ser pega no barra manteiga. Ou então que às 18 horas que eu tinha de voltar para casa demorassem muito pra chegar.
Na minha infância, um bom dia era quando você voltava tão sujo para casa que sua mãe queria te colocar dentro da máquina junto com a roupa, e seu maior desejo era quebrar o braço – ou a perna – usar óculos e aparelhos nos dentes – tudo por que era bacana.
Tomávamos tubaína sentados na calçada, sossegadamente. Víamos Bambalalão, Bozo, Tom & Jerry e conhecíamos as músicas de cor e salteado. Imitávamos as vozes de nossos brinquedos. Éramos crianças.
Não tínhamos depressão como a molecada de hoje. Os piores dias eram os que não podíamos sair à rua; não por perigos como os de hoje, de assaltos, seqüestros e quadrilhas, mas sim, por que estava chovendo, tínhamos feito uma arte ou uma nota baixa nos prendia em casa.
O pega-pega era na rua de casa, o esconde-esconde também. Corridas eram de carrinhos de rolimã e partidas de futebol no campinho de barro – nada de videogame como hoje.
Crianças Obesas? Não dava tempo. Era engolir o almoço que a mãe ficava um tempão chamando e sair correndo. O tempo de brincar era muito precioso.
Me surpreende quando vejo meus sobrinhos se reunirem para organizar o campeonato. Quando nos empolgamos por pensar em barro e tombos históricos, eles vêm e nos pedem para ligar o videogame... Era esse o campeonato.

Ah, crianças... Ah, o perigo... Ah, a dita depressão.
A infância perdida deles. A memória que exige trazer a minha de volta. A última das infâncias felizes.

Se as crianças de hoje, fossem mais crianças, menos precoces, se ouvissem músicas para elas e vivessem uma vida infantil realmente, os psicopediatras (existe?) iriam a falência e eu não precisaria me preocupar em colocar mais um ou dois anjos no mundo. Por que elas seriam apenas crianças.



Uma graça essa menina!


E daí que sou grandinha o suficiente?
Sim, eu tenho medo do escuro. E nem é medinho de fechar os olhos que passa.
É pânico. Terror, de imaginar o bicho papão vindo puxar o meu pé, ou então o edredom (por que eu durmo encolhidinha pra evitar esses sustos). E durmo com a luz do abajur acesa, e para ninguém desconfiar a luz é azul, por que é relaxante! ;)
Sim, ainda como mingau de aveia na cama no domingo de manhã. A única diferença de quando eu tinha 08 anos e de agora é que eu não preciso levantar pra ir à igreja. Mas eu como por que as fibras fazem bem pro organismo.
Sim. Eu coleciono barbies. E tenho muito, muito ciúme delas. Mas juro que é pra minhas sobrinhas saberem como elas eram. (só saber, brincar não pode.)
Sim, eu gosto de bolhas de sabão. E acho que todas as crianças deviam ganhar um troço de fazer bolhas de sabão. São encantadoras. Para isso eu não tenho desculpas.
Sim, eu sou apaixonada por brigadeiros coloridos e pelo de chocolate puro também. Mas toda mulher é.
Dou risada sozinha – para desestressar, e assisto Chaves. Para passar meu tempo, óbvio.
Adoro comer danette. E danoninho. E paçoca (ah, paçoca é maravilhosa!).

Sim. Eu tenho muitas desculpas esfarrapadas para justificar minhas manias infantis.
(Sou uma criança grande. Caso alguém ainda não saiba disso.)

Boba até: Fiquei toda feliz por que o Rubem Alves respondeu meu e-mail. Ai, ai... Fãs são uma coisa.
(mesmo eu achando que deve ter sido algum assessor do homem que me escreveu.)





Nenhum comentário: